20 de setembro de 2014

"Ela reagiu como a gente disse, Dilma Rousseff ficou "perplexa" com erro do IBGE, diz ministra do Planejamento


Em uma entrevista dada pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior neste sábado (20). Ela afirmou que a presidente Dilma Rousseff ficou "perplexa" com o erro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios referente a 2013. Belchior ainda relatou em entrevista coletiva em Brasília que se reuniu com a presidente e outros ministros nesta sexta (19) após ser informada dos equívocos na pesquisa.

"Ela reagiu como a gente disse, absolutamente perplexa que o IBGE possa ter cometido um erro tão básico, que é não ter feito o processo de checagem e rechecagem", afirmou a titular do Planejamento, em entrevista coletiva, em Brasília.

Nesta sexta, o IBGE admitiu "erros graves" na Pnad divulgada na última quinta (18). O problema está relacionado aos números das regiões metropolitanas de sete estados brasileiros, o que afetou o resultado nacional em vários segmentos.

A desigualdade de renda proveniente do trabalho, por exemplo, diminuiu em vez de aumentar, como primeiramente constava na pesquisa divulgada.  O índice de desigualdade anunciado primeiramente para 2013 foi  0,498 – o número correto, segundo o instituto, é 0,495.

Marcelo Néri, passou a fazer uma análise dos índices corrigidos da Pnad, com o objetivo de destacar que a desigualdade está em queda. Ele citou o índice que aponta  queda nas diferenças de renda familiar per capta. Segundo ele, o índice foi de 0,527 em 2011 para 0,524 em 2012 e 0,522 em 2013. Quanto mais próximo de 1 mais desigual, portanto a diminuição seria positiva.

O ministro afirmou que, apesar de não ter dados consolidados, 2014 terá a maior queda na desigualdade nos últimos 10 anos. Néri também ressaltou que o rendimento dos brasileiros cresceu, em média, 5,5% por ano entre 2011 e 2013.

Os dados também revelam queda de crescimento em 2013. De 2011 a 2012, o crescimento médio da renda foi de 7,66%, enquanto de 2012 a 2013, esse percentual foi de 3,46%.
Mesmo assim, Néri minimizou a desaceleração. “O ano de 2012 e 2013 foi bom em termos de crescimento da renda, mas 2011 a 2012 foi muito melhor, e ainda foi o ano do pibinho”, disse o ministro dos Asssuntos Estratégicos, em referência ao crescimento baixo, de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012.

Pedido de desculpas

A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, classificou na sexta-feira os erros de “extremamente graves” e pediu desculpas, em entrevista no Rio de Janeiro nesta sexta. No mesmo dia, a  ministra do Planejamento, Miriam Belchior, anunciou que serão criadas duas comissões – uma para avaliar a consistência da Pnad e outra para encontrar as razões da falha e identificar os eventuais responsáveis.

“O governo está chocado com esse erro cometido pelo IBGE. Como disse a presidente do IBGE, é um erro gravíssimo e em razão disso o governo decidiu constituir uma comissão de especialistas independentes para avaliar a consistência da Pnad e constituir uma comissão de sindicância para encontrar as razões do erro e, eventualmente, as responsabilidades funcionais do porquê isso aconteceu”, disse a ministra.

Além da alteração na desigualdade de renda, o índice de analfabetismo caiu de 8,7%, em 2012, para 8,5% em 2013 - e não 8,3% como primeiramente informado. O número médio de anos de estudo dos brasileiros com dez ou mais anos de idade aumentou de 7,5 para 7,6.
Os números corretos da divisão da população entre sexos são de 51,4% (mulheres) e 48,6% (homens). A taxa de desocupação foi mantida em 6,5%, como originalmente informado, uma alta em relação a 2012 que era de 6,1%. Mas o aumento da população desocupada, segundo o anúncio do IBGE, foi menor: não era 7,2% e sim 6,3%. São 6,6 milhões de pessoas desocupadas.

Também houve correção sobre a queda de emprego de jovens entre 5 e 17 anos. O dado correto é de 10,6%.

G1