12 de setembro de 2014

A torcedora racista que chamou o goleiro do Santos de macaco, teve a sua residência incendiada por vândalos



O bicho pegou para a gremista Patrícia Moreira da Silva. A garota foi ameaçado de todos os jeitos pelas redes sociais. Depois de ter sido flagrada chamando o goleiro do Santos de macaco durante partida válida pela Copa do Brasil na Arena em agosto e agora ela teve a sua residência incendiada nesta sexta-feira (12) por volta da 4h da manhã.

Corpo de Bombeiros foi acionado e controlou as chamas, que atingiram principalmente o assoalho.

Uma equipe da perícia foi até o Passo das Pedras, na Zona Norte, para apurar as causas do incidente. A movimentação de curiosos é intensa no bairro, com os veículos diminuindo a velocidade para observar o trabalho dos peritos.


Conforme o advogado Alexandre Rossato, Patrícia deixou a casa após o episódio de injúria racial e está morando com familiares. O imóvel será alugado. Rossato lamentou o novo ataque, que classificou como "absurdo":

– Não temos ideia dos autores, mas o que está acontecendo é um absurdo. Estão tendo atos muito mais criminosos do que qualquer crime que ela tenha cometido.

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Um dos irmãos da gremista vai registrou queixa na Polícia Civil na tarde de hoje, junto com o defensor da menina.

Na sexta-feira, dia 5 de setembro, Patrícia falou publicamente pela primeira vez sobre a injúria racial. Muito emocionada, ela demonstrou arrependimento e pediu desculpas.

(veja abaixo).

— Perdão de coração, eu não sou racista. Aquela palavra macaco não foi racismo, foi no calor do jogo. O Grêmio estava perdendo, o Grêmio é minha paixão. Eu largava tudo para ir ao jogo do Grêmio. Peço desculpas ao Grêmio, à nação tricolor, eu não queria prejudicar o Grêmio. Eu amo o Grêmio. Desculpas, perdão, perdão, perdão mesmo — disse ela, aos prantos.

No mesmo dia, Alexandro Rossato explicou que a jovem "perdeu todo o contexto da vida" e já foi julgada socialmente. Ele espera que o caso se transforme em um marco contra o racismo.

— A manifestação tem o objetivo de mostrar o arrependimento e o erro cometido. Vai ser claramente demonstrado que não há racismo da parte dela. Macaco, no contexto dentro do jogo de futebol, não se torna racista, ainda mais com a intenção que existiu. Isso se torna um xingamento no mundo do futebol — argumentou Alexandre Rossato. 

— A Patrícia perdeu a vida dela. Esse caso vai ser um marco para efetivamente terminar com o racismo. Estaremos sendo hipócritas se punirmos tão somente a Patrícia por esse ato. Ela foi julgada socialmente, independente do inquérito policial. Infelizmente, ela já está julgada — completou o advogado.